Estudos científicos
Compreendendo a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA)
A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado, sem associação ao consumo de álcool. Essa doença está diretamente ligada ao aumento global da obesidade e representa um desafio crescente para a saúde pública, afetando adultos e crianças. Estima-se que até 78% das crianças com obesidade apresentem sinais de fígado gorduroso, aumentando o risco de complicações como hepatite, cirrose e câncer hepático. A conscientização e a gestão eficaz dessa condição são essenciais para prevenir consequências graves.
Principais Fatores de Risco e Progressão da DHGNA
Fontes de Gordura no Fígado
1. Excesso de Açúcar na Dieta
- Alimentos ricos em açúcares adicionados, como bebidas adoçadas e sobremesas industrializadas, promovem o acúmulo de gordura no fígado.
2. Gorduras Saturadas na Alimentação
- A ingestão excessiva de alimentos ricos em gorduras saturadas, como carnes gordurosas e produtos lácteos integrais, está associada à resistência à insulina e ao agravamento da DHGNA.
3. Excesso de Peso Corporal
- A obesidade contribui para o depósito de gordura no fígado, agravando a inflamação e os danos hepáticos.
Prevalência Global
A DHGNA é atualmente a doença hepática mais comum no mundo. Seu potencial de evolução para quadros mais graves exige atenção médica, acompanhamento nutricional e mudanças no estilo de vida.
Estratégias Nutricionais para Prevenir e Tratar a DHGNA
1. Reduzindo Açúcares Adicionados
Estudos revelam que a redução de açúcares adicionados, como os presentes em bebidas açucaradas, melhora a saúde hepática em apenas oito semanas. A conscientização pública é essencial para destacar os perigos do consumo excessivo de açúcar.
Fontes comuns de açúcares adicionados incluem:
- Bebidas açucaradas: refrigerantes, chás adoçados e sucos industrializados.
- Doces: bolos, tortas e sorvetes.
- Produtos ultraprocessados: cereais matinais e barras de cereal.
- Molhos industrializados: ketchup, molhos para saladas e caldas doces.
2. Controlando a Ingestão de Gorduras Saturadas
Uma dieta com baixo teor de gorduras saturadas reduz a resistência à insulina e diminui o acúmulo de gordura no fígado.
Evite alimentos como:
- Carnes gordurosas: como carne vermelha, bacon e salsichas.
- Produtos lácteos integrais: como manteiga, creme de leite e queijos amarelos.
- Óleos tropicais: como óleo de coco e óleo de palma, usados frequentemente em alimentos industrializados.
3. Priorizando Alimentos Vegetais
Dietas desequilibradas, como as extremamente pobres em carboidratos e ricas em gorduras, podem agravar a DHGNA. Por outro lado, dietas plant-based, ricas em fibras, proteínas vegetais e nutrientes essenciais, têm demonstrado benefícios significativos como, por exemplo, as populações vegetarianas na Índia e em Taiwan apresentam menor incidência de DHGNA.
Inclua alimentos como:
- Carboidratos complexos: quinoa, arroz integral, aveia e batata-doce.
- Proteínas vegetais: tofu, grão-de-bico, lentilhas e feijões.
- Fibras: frutas, verduras e legumes.
- Gorduras saudáveis: abacate, azeite de oliva, sementes de chia e linhaça.
- Compostos bioativos: frutas vermelhas, cúrcuma, gengibre e chá verde.
Estilo de Vida e Gerenciamento da DHGNA
1. Perda de Peso Gradual
- A perda de peso gradual é uma estratégia essencial no tratamento da DHGNA, com recomendações de até 1,5 kg por semana. Dietas plant-based podem melhorar a função hepática, reduzir a inflamação e promover a saúde geral.
2. Atividade Física Regular
- Exercícios aeróbicos e treinamento de resistência ajudam a reduzir a gordura hepática.
3. Dieta Balanceada e Redução do Risco Cardiovascular
- Pessoas com DHGNA apresentam maior risco de doenças cardiovasculares, que são uma das principais causas de morte nesses pacientes. Dietas baseadas em vegetais oferecem benefícios adicionais, ajudando a reverter danos cardíacos e melhorar a qualidade de vida.
Embora mudanças na dieta e no estilo de vida sejam fundamentais para a prevenção e o manejo da DHGNA, o acompanhamento com um nutricionista qualificado é indispensável. Esse profissional pode personalizar estratégias alimentares, monitorar o progresso e garantir uma abordagem integrada, promovendo não apenas a saúde do fígado, mas também o bem-estar geral. Lembre-se: cuidar do fígado é investir em sua qualidade de vida.
Fonte:
Todos os artigos científicos mencionados estão na descrição do vídeo na aba "sources cited" (fontes citadas).
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